quarta-feira, 11 de maio de 2011
A Lenda do Vagalume
No início tudo era sombra e silêncio
Deus nas alturas
Lapidava as estrelas
que são os diamantes do céu
o sol que é o topázio fulgurante
e a lua que é uma opala triste
Ao descer a Terra pra criar
O homem, plantas, flores e animais
Deus parou intrigado a contemplar
Uma certa chama que fugia entre as árvores tão fugas
Vendo o ir e vir da fagulha
Deus imaginou se tratar
De uma criação do anjo mal
Para o seu mundo estragar
E tomou no espaço a sentelha
E com seu poder fez ela falar
Segurando-a entre os seus dedos
Pra que não viesse escapar
Disse assim a sentelha
Não fui gerada nos brazeiros infernais
Venho da poeira das estrelas
Lapidada por ti e ninguém mais
Sucedeu porém que alguns pequenos grãos
Animados pelo toque de vossas mãos
Decidiram então luzir a Terra
Enquanto as estrelas sintilam no céu
E Deus enternecido
Deixou que a chama se fosse
E é justamente por isso
Que o vagalume até hoje
Não tem seu brilho fixo
Pois guarda a sensação
De um dia ter estado
Abafado entre os dedos do pai da criação
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